,




 

 

 

 
 


Desde 10.03.2006
Número de Visitas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SEGURANÇA NO MAR


 

 

Como não poderia ser de outra forma, infelizmente nosso texto desta 5ª feira abordará o contexto em que está envolvido o trágico acidente em Itaparica, Bahia, que nos privou do convívio com este notável e extraordinário cruzeirista, o ABEL.

 

Embora, não seja e primeira e nem a derradeira vez, que tal episódio ocorreu e ocorrerá em águas brasileiras, não nos esqueçamos do similar ocorrido com o internacional velejador da Nova Zelândia, Peter Blake, que ainda sendo até “Sir”, não o pouparam em águas da Amazônia, maculando a imagem de nosso país no seio da comunidade náutica internacional.

 

Infelizmente, e temos desde há muito inúmeras vezes aposto, que a violência das grandes cidades em nossa nação, está se transladando para o mar, principalmente nas águas litorâneas destas cidades.

 

Para os assaltantes uma dádiva, já que não existe qualquer tipo de policiamento e o terreno é o mais que desejado para uma ação delinquente como esta.

 

Aqui até cabe um singelo comentário a respeito:

 

Nossa honrada ARMADA, a responsável pelo policiamento e salva guarda das águas territoriais brasileiras contra ações externas e internas, não dispõe das mínimas condições necessárias e suficientes para exercer tal mister. E não por sua culpa, mas e sim pela ausência de recursos e repasses financeiros da união que mal dá para pagar sua folha de pessoal.

 

Aliás a união pouco repassa as nossas forças armadas desde que se alçou ao poder o Governo do Senhor FHC, abertamente falando e sem rodeios, em represália aos idos de 64.

 

O trauma e outras “coisitas mais” aliados a mágoas e sequelas que ganharam notoriedade no governo atual, basta ter sido terrorista, comunista e outros
”istas”, para ter as benesses do poder.

 

Não vamos aqui nem mais nos alongarmos neste campo de idéias, a fim de não ferirmos, ou coisa similar, aos partidários da “estrelinhas” e do “optei”.

 

Uma das notáveis dádivas que o ser humano detém é o “livre arbítreo”, de tal sorte que se pode ter e agir da forma que se deseja, mesmo que errada.

 

O que seria de um amarelo podre se todos somente gostassem de um azul real???

 

Retornando ao objeto deste nosso texto, o fato é que hoje em águas litorâneas das cidades em nosso país, ou se para numa Marina e com segurança 24 horas ou em um Iate Clube nas mesmas condições, ou então é aquela temeridade, expondo sua embarcação ao pior, que no mar tem o nome de “Pirataria”!!!

 

A violência urbana se translada para o mar e rapidamente, onde somente existem milionários, a prática do pensamento ignorante existente no Brasil que a náutica é coisa de milionário.

 

O próprio mercado náutico dita esta norma e afirmativa, e a exerce plenamente, pois vemos lojas e produtos náuticos, nestas, vendidos a peso de ouro, assaltam literalmente a seus clientes sem que nada venha a ocorrer. Exatamente processo igual ao da pirataria.

 

O governo pouco, ou melhor, nada se importa com tal situação e fecha literalmente seus olhos, até diríamos mais, torcendo para que mais fatos como estes ocorram, para ver se os milionários tomam jeito. Pelo menos isto é o que nos leva aos navegantes brasileiros a pensar.

 

O brasileiro já há décadas, é prisioneiro do medo e passageiro da agonia. Está literalmente escondido dentro de seu apartamento ou casa e rezando que não seja invadido seu último reduto de segurança.

 

A oportunidade de ter pelo menos alguns momentos de paz no mar vai perdendo também esta tranquilidade. Já foi e se houve tal tempo, hoje nem mais isto é possível.

 

E atentem bem, que os meliantes ainda estão a exercer ações despreparadas, em pequenas canoas a remo. Imaginem quando se prepararem como ocorre com os traficantes e assaltantes das urbes. Praticarem seus atos levianos em lanchas rápidas e bem preparadas com motorização especial, etc. O assalto ocorrerá em no mínimo vinte embarcações em uma só noite, inicialmente, depois será mesmo a luz do dia e com todos testemunhando e não fazendo nada de medo, como ocorre em nossas cidades.

 

Nada é de se assustar, já que o que há de melhor está nas mãos dos bandidos e criminosos, a Polícia detém o que há de pior e a população por força de lei, totalmente desarmada.

 

Agradecendo ao Sr. Renan Calheiros, o defensor incontesti de tal projeto que se tornou lei, que acabou caindo, recentemente uma de suas inúmeras máscaras, mas que em suas “fazendas”, ou latifúndios, no interior de Alagoas, e o conhecemos bem, tem sua própria segurança ilegal e armada até aos dentes.

 

E nós voltando a mesma tecla, harre!!! Desculpem!!!

 

Nos recordamos daquele inicio de 2007, quando demandávamos de Maceió para o Caribe, em nossa 2ª viagem volta ao mundo, e nosso ultimo porto no Brasil seria Fortaleza, que a época as informações eram do tipo:

 

 Ou para o GUARDIAN na Marina Parque Hotel ou se manda, pois ancorado será assaltado e possivelmente assassinado em qualquer ancoragem em Fortaleza.

 

Este dito para Fortaleza hoje se estende para todo o país.

 

E o último reduto para se escapar da violência não mais existe. Diríamos sem medo de estar faltando com a verdade que se torna muito perigoso hoje, navegar em águas costeiras do Brasil.

 

E, sendo a náutica coisa de milionários, como alguns apedeutas o afirmam, a mesa está posta e o banquete servido para os assaltantes.

 

E fazer o que???

 

A imprensa sempre conivente com os assaltantes, com as  exceções de praxe como a nossa notável Revista NÁUTICA, de imediato sai em defesa dos pobres e coitados bandidinhos, tão bonzinhos!!!

 

Tudo em prol da salvaguarda dos direitos humanos, somente para os delinquentes, para os homens de bem nada de direitos, somente pagar e em dia seus impostos extorsivos.

 

Isto até que algum deles seja vítima, quando o mundo desaba na cabeça da polícia e Secretário de Segurança e é aquele caça às bruxas e apaga incêndio, coisas que os brasileiros conhecem e bem.

 

Somente dando um refresco à memória.

 

Quando em 2006 estivemos no Brasil, vimos a audácia dos delinqüentes, chegando a ponto de assaltarem um quartel do Exército Brasileiro, roubando fuzis automáticos leves, conhecidos no meio militar como FAL.

 

A tropa foi para as ruas, resgatar as armas, independente de óbices ou apostos pelo Governo Federal.

 

A imprensa, como de hábito, caiu de pau em cima.

 

 Arbitrariedade!!!

 

 A Revolução acabou faz tempo!!!

 

 Os militares estão pensando o que???

 

 Estes tempos já passaram!!!

 

Nem sequer analisaram o fato de roubo de uma instituição nacional, um centro das forças armadas da nação. 

 

A tropa foi para as ruas encontrou seus armamentos e fim do episódio, temporariamente.

 

Os traficantes mandam e desmandam nos mocambos, alagadiços e favelas, nas periferias das grandes cidades em nosso Brasil. Lá eles são a lei e a exercem plenamente.

 

Com o tráfico da droga vem a reboque o das armas e a coisa cresce e se desenrola em progressão cósmica com razão ano luz.

O governo se omite, a justiça se cala e a nação fica com suas vergonhas expostas.

 

O nosso mar, com suas enseadas, portos e rios belíssimos, guardam perigos que jamais pensaríamos, ou faríamos idéia viesse a assistirmos. E, aos poucos vai perdendo seu status de paz e tranquilidade enquanto as autoridades, como no caso do litoral paulista, estão preocupadas com o falso moralismo ecológico e outros quitais meramente demagógicos.

 

 Conversa para boi dormir!!!

 

Enganar a gente sem estudo, formação acadêmica, cultural e sem educação é uma coisa, mas a pessoas esclarecidas é outra completamente diferente.

 

Infelizmente nosso país tem sua maioria de pessoas sem instrução, o que torna a coisa mais difícil ainda de se modificar.

 

Enquanto os casais da classe média tem no máximo dois filhos, os da classe pobre tem de seis a dez. E, a resposta para tal aberração é sempre a mesma. Ter mão de obra familiar e depois como diversas vezes ouvimos quando ainda mais jovens e sonhadores éramos o Coordenador em Alagoas da Ação da cidadania pela vida e contra a fome, conhecida mais como Campanha contra a fome do saudoso Betinho.

 

 Doto Sombra temos todos estes filhos porque um vinga!!!

 

No interior de Alagoas, no sertão daqueles tempos, o índice de mortalidade infantil, por nós levantados, era de 80% para crianças de zero a seis anos.

 

 E se os filhos todos vingam??? Questionávamos.

 Uns vão ser bandidos Doto!!!!

 

A educação em nosso país, não temos duvida nenhuma em afirmar, até com certo conhecimento de causa, é o nosso caminho maior e urgente. Mas isto jamais virá a ocorrer enquanto esta politicalha que aí está manipular as leis. Pois sabem se o povo for esclarecido jamais se elegerão, nem mesmo porteiros de bordel de quinta categoria.

 

Imaginem abrir o mercado para importações de produtos náuticos, livre de impostos. Acarretando o surgimento de novas marinas que por sua vez redundarão em geração de milhares de empregos diretos e indiretos e por sua vez o maior policiamento de nossas águas literoneas. Mas isto é uma blasfêmia.

 

O enorme parque náutico nacional seria destruído!!!

 

Alegam os incapazes obreiros da iniquidade, os idiotas que tem Fimose Celebral!!!

 

Nos recordamos do Presidente Collor, quando liberou a importação dos automóveis, em pouco tempo a indústria nacional passou a colocar no mercado veículos descentes e não mais as “Carroças”.

 

Isto num mercado realmente existente. E quem saiu ganhando foi a nação e sua população. O mesmo sendo adotado para a indústria náutica, estaríamos em poucos anos fabricando GPSs Radares, Rádios e eletrônicos diversos e até exportando.

 

Mas isto é pensar com farol alto, ver a distância e não este imediatismo demagógico e burro que aí está.

 

Nos lembramos que em 91, nosso amigo e velejador Cláudio Vieira, que fez a apresentação de nosso livro CONVERSANDO COM O GUARDIAN, o que muito nos honra, era o Secretário Particular do Presidente Collor, e enviamos a ele projeto para criação da Guarda Costeira do Brasil.

 

Pois bem, o Adido Naval do Palácio, se houve de forma frontal e antagonicamente contra o projeto e ainda vociferou:

 

 Presidente Collor, se V.Excia. desejar romper o bom relacionamento com a ARMADA, é só levar esta ridícula proposta avante!!!

 

E o projeto morreu no nascedouro...

 

Não antevia o então Capitão de Mar e Guerra o futuro e o crescimento de nosso parque náutico e da nossa Amazônia Azul. Demonstrou não ver, nem querer ver ao futuro, que agora aí está, com trágicos incidentes e episódios que redundam no desaparecimento de gente notável com o ABEL.

 

 

 

Em um pais como o nosso e nossa AMAZONIA AZUL, a náutica ser coisa de milionário é dos maiores absurdos que conhecemos a nível internacional.

 

Tais posicionamentos e pensares nos lembram em muito aquele dito popular quando perguntado a um sujeito sobre o livro tal:

 

 Não li e não gostei!!!

 

Em face de tal colocação dizer mais o que???

 

Fica neste nosso texto, o protesto, a revolta e o se sentir impotente, como vem ocorrendo em nosso país com os homens de bem. E recordamos a Rui, o Águia de Haya:

 

 ...De tanto ver prevalecer as nulidades, crescer a impunidade e as leviandades, se sente vergonha de ser honesto...

 

Será que estamos redondamente enganados???

 

O futuro é que dará esta resposta... todavia não estaremos mais por aqui para assistirmos.

 

Deixamos com vocês, estimados irmãos e Almirantas, a palavra e os pensamentos e a família de nosso mano ABEL, o abraço de solidariedade, o que somente nos resta fazer de longe, pois nestes casos e fatos tristes, somente o silencio é eloqüente face tanta dor e o luto dos navegantes brasileiros.

 

 


João Sombra

Fevereiro de 2009

Opua - Bay of Islands

Nova Zelândia

 


 

   Retornar à TEXTOS DAS 5ª FEIRAS