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Desde 10.03.2006
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EXPERIÊNCIA

Aqueles irmãos e Almirantas que nos honraram lendo nosso livro CONVERSANDO COM O GUARDIAN, diríamos um “Manual” para os que realmente desejam realizar a volta ao mundo em um veleiro, estão lembrados que nos referíamos a 5 aspectos básicos;

PACIÊNCIA DETERMINAÇÃO
EXPERIÊNCIA BOM SENSO–ORGANIZAÇÃO

Em nosso livro CONVERSANDO COM O GUARDIAN, escrito e direcionado para aqueles que desejam, ou sonham com este Projeto, enfocamos dentre outros e diversos fundamentais aspectos, este que para nós é de suprema observação, a DETERMINAÇÃO. Ainda que sempre o abordemos, percebemos que é neste ponto onde reside o equilíbrio entre o fazer e o desistir.

O texto que apresentamos na ultima 5ª feira tratava da DETERMINAÇÃO, para nós o motor principal destes aspectos acima apostos. 

Hoje abordaremos o segundo motor, em sua ordem de importância, que é a EXPERIÊNCIA. 

Em todos os ramos da atividade humana, se faz mister tenhamos sempre este motor de desenvolvimento, que é a EXPERIÊNCIA, que se adquire estudando e praticando a matéria relativa ao qual pretendemos realizar a atividade que nos propomos. No cruzeiro a vela não iria ser diferente e o mesmo também ocorre. Desde os primeiros movimentos, ou seja, as principais velejadas, que se tem o início do acumulo, ou somatórios desta EXPERIÊNCIAS, que levamos para toda a vida. 

Aprendemos e praticamos, a dar nós, atracar e desatracar, aproveitar o máximo de vento em nossas velas fazer, manobras, trimar nosso veleiro, dar bordos e etc.

Vamos praticando e ganhando EXPERIÊNCIA. 

Posteriormente vem os pequenos cruzeiros, no Brasil, por exemplo, a ida do Rio (Baia da Guanabara) até Angra dos Reis.

 

Em continuação e após a realização destes pequenos cruzeiros em abundancia, sentimos de forma automática conhecermos melhor a nosso veleiro e o aprendido, ganhamos então, de forma natural mais confiança. 

 Vem então os cruzeiros mais longos, mais demorados onde dormimos vários dias a bordo, cozinhamos e passamos a ter mais tempo a bordo. Navegamos por trechos do litoral brasileiro, normalmente junto com outros veleiros, como é o caso do CRUZEIRO COSTA LESTE. Todavia, e normalmente, sempre com terra no visual, a navegação costeira.
 

Em prosseguimento, faz-se a primeira navegada ao MAR AZUL, onde os referenciais não são mais costeiros. Como por exemplo, citamos a notável REFENO, REGATA RECIFE / FERNANDO DE NORONHA, que acontece todo os anos em meados de setembro/outubro. Onde se adquire extraordinária EXPERIÊNCIA, como vimos no excelente texto de nosso mano MÁRIO ENGLES, que aportamos aqui no GG neste ultimo sábado.
 

 

Ainda que haja o espírito regateiro, mescla-se com o cruzeiro e serve de enorme aprendizado, reveste-se de notável EXPERIÊNCIA adquirida. Onde se toma conhecimento dos inúmeros fatores que envolvem o cruzeiro a vela volta ao mundo. É o literalmente viver a bordo, em uma travessia ou passagem, o vivenciar na sua maior expressão a vida a bordo de um veleiro; hábitos, métodos, inter-relacionamentos Capitão/Tripulação e Tripulação/Tripulação. 

Tudo se reveste de ganhos de EXPERIÊNCIA, neste aprendizado constante, até que comecemos a realizar outros projetos desta envergadura. Outras velejadas proeminentes. 

O aspecto fundamental, é que em cada derrota ou singradura aprendemos mais, conhecemos mais, novos instrumentos e ferramentas e vamos colocando em pratica toda aquela teoria aprendida nos livros de navegação, principalmente aqueles voltados a transmitir e repassar conhecimentos, e não fantasias. 

Há um universo de atividades se interagindo, se complementando em um veleiro de cruzeiro em passagens ou travessias. E, com o tempo devido vão realizando estas atividades de modo automático.

 

Outra EXPERIÊNCIA notável que se ganha é no que diz respeito as ancoragens. Analisar o tipo de fundo, profundidade, ventos dominantes e as correntes no local, o filame para cabo ou corrente, etc. Passa-se a realizar tal tarefa com maior tranqüilidade, mormente se for um fundeadouro já de nosso conhecimento. 

Esta é uma pratica muito utilizada, estar em ancoragens que se conheça, ou então em caso de primeira vez, ver onde se encontram outros veleiros ancorados e se dirigir para lá. 

Isto se traduz em EXPERIÊNCIA!!! 

Aos poucos e no decorrer do captar todo este potencial de informações, passa nosso pensar de navegante a visualizar outros aspectos, que também exercem fundamental importância. Tratam-se dos erros ou “Mancadas”.  

Não há nada que ensine mais do que um erro cometido!!! E, no mar, 99% dos erros são de falha humana!!!

Quando detemos uma forte dose de EXPERIÊNCIA estes erros são minimizados, não obstante, se não temos muita EXPERIÊNCIA, e resolvemos dar um pulo maior que as pernas, podem ocorrer fatos muito desagradáveis e devemos estar sempre alertas e preparados.

Assim, cada momento e cada velejada devem estar totalmente compatíveis com a EXPERIÊNCIA adquirida. Como coloca o PEQUENO GUARDIAN em seu livro;
 

- Tudo a seu tempo!!! 

Nós quando partimos para realizar nosso Projeto, como colocamos, “Colher o nosso Sonho”, semeado e cultivado durante cerca de 20 anos, já havíamos velejado toda a maior parte do litoral brasileiro, de Belém do Para ate Santa Catarina. Isto nos anos 85 e 86, quando a vela de cruzeiro era muito pouco conhecida no Brasil. Por exemplo, para se ter uma idéia, em termos de Marinas, somente havia e recém construída a nossa querida Marina da Glória, o cartão náutico de visitas do Rio de Janeiro, onde se realiza anualmente um dos maiores eventos náutico da Américas, o RIO BOAT SHOW.

É óbvio, que tivemos nos tempos de adquirir EXPERIÊNCIA, momentos críticos, faz parte do aprendizado, mas a DETERMINAÇÃO falava mais alto. 

Quanto aprendido naqueles 20 anos de espera, quantas notáveis lições e aprendizados!!!

Todos, sem exceções, os velejadores de cruzeiro, já passaram por momentos críticos em seus aprendizados, e tem seus “causos”, como coloca nosso patriarca MAGA. Porem, todos receberam e adquiriram EXPERIÊNCIAS nestes fatos. 

Errar é humano, não reconhecer o erro é teimosia e repetir o erro é burrice!!! 

Desta forma fomos desenvolvendo, reconhecendo os erros e tirando deles lições preciosas. Hoje já com cerca de 12 anos velejando em cruzeiro volta ao mundo e já na 2ª viagem, ainda continuamos aprendendo, e muito. No mar cada dia é uma classe diferente um novo ensinamento recebido. Entretanto, a maior EXPERIÊNCIA e aquela notável é aprendemos a ser humildes, nos dar com todos, falar com todos, tratar bem a todos, ainda que isto tenha nos custado incríveis decepções e dissabores e sermos alvos de pessoas de pouca estatura moral, que nos agridem ou por inveja ou por vaidade ferida. Mas assim é a mente humana.

A simplicidade e a humildade formam o binômio que se demonstra de forma inequívoca ter se adquirido mais EXPERIÊNCIA.  

Assim, esperamos que este texto sirva de incentivo e ao mesmo tempo de alerta, para aqueles que nutrem o sonho de fazer a volta ao mundo em seu veleiro.


João Sombra
Ilha de Margarita
11 de outubro de 200
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